27 dezembro 2011

As receitas de Asterix


Os míticos javalis de Astérix fazem parte do imaginário de qualquer um.
Quando vi este livro à venda numa bancada de uma destas feiras de domingo por 2€ fechei logo ali o negócio. As receitas são bem ilustradas e parece haver umas quantas interessantes.

16 dezembro 2011

O CIO DA TERRA


O CIO DA TERRA
(Milton Nascimento / Chico Buarque)

Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão e se fartar de pão

Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel, se lambuzar de mel

Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, propícia estação De fecundar o chão.

PÃO: alimento comum, feito à base de farinha, àgua, sal e fermento

Exacto. Iniciei-me numa das mais antigas artes do mundo, que data de há pelo menos 6000 anos!
Depois de algumas leituras pela blogosfera, dedicadas a esta arte milenar, apostei forte e deitei as mãos à massa.
Como o meu objectivo não era fazer uma "coisa qualquer" que se limitasse a juntar farinha, água, sal e fermento industrial (para isso tenho o Pingo Doce), só elaborei o meu 1º pão depois de algum aprofundamento sobre esta questão.

Rápido percebi que o segredo estava na massa. Massa essa que quanto mais "natural" for, melhor. Decidi então, depois de uma visita a este blog, elaborar o meu próprio fermento natural e não optar só pelos tradicionais fermentos industriais ou mesmo biológicos de padeiro (fresco ou seco). Foi então que criei os meus próprios bichinhos, leia-se Saccharomyces Cerevisiae.
Já a célebre citação "até os bichinhos gostam", cai que nem ginjas...e rápido estes de reproduziram quase infinitamente, tal coelhos.
Tinha o meu isco preparado, e faltava-me agora a Massa de Pão.

Tirando ideias daqui e dali, elaborei a minha própria mistura, para fazer a massa de pão (massa nova)

MASSA NOVA:

500g farinha de trigo T65 (para o miolo ficar mais consistente)
300ml de água tépida
1 colher (chá) de Sal
1,5 colher (chá) de fermento biológico seco (utilizei ramazotti)

Incorporei o famoso "isco" e amassei durante 15/20m
Retirei uma bola de massa equivalente a uma Laranja grande, e coloquei à parte dentro de um saco. Esta porção é a minha Massa Velha para o meu próximo pão, e deverá ser conservada no frigorífico, por um período máximo de 1 semana. Também se poderá congelar e dura mais tempo.
Voltando ao pão: Deixei num tabuleiro com um pano por cima, a levedar durante 2h
Voltei a amassar tudo durante 10m numa superfície enfarinhada. A massa deve ser levemente pegajosa ao toque mas ao mesmo tempo elástica. Seguidamente dei-lhe a forma (neste caso foi o famoso pão de cabeça alentejano) e levedou mais 30m, nas mesmas condições, já no tabuleiro do forno, para não sofrer alterações de aspecto ao passar para o tabuleiro)
Coloquei no forno pré-aquecido, a 250º durante os primeiros 10m, e reduzi a 170º durante mais 40 minutos, com uma prata por cima para não queimar.
E "voilá"...o meu primeiro Pão, que até não ficou nada mau, para primeiro!

Para o próximo, irei utilizar a minha massa velha que irei incorporar na massa nova...e dizem que aqui está o segredo do bom pão. Prometo, melhorar com a experiência....;)

Até adquirir os conhecimentos suficientes nesta arte, irei sempre trabalhar com farinha de trigo, que é a mais versátil, para depois passar a outro tipos de farinhas com mais sabor, como a de centeio, milho e por aí fora e poder experimentar as mil e uma misturas que se podem fazer com diferentes tipos de farinhas/sementes e outros ingredientes.







"Lisboà Noite"


A tarde começou com um convite para jantar, aceite no momento para evitar mais uma noite de pasmaceira a ver uma qualquer serie de televisão (se bem que até há algumas boas). Normalmente gosto de saber onde vou, de conhecer o sítio ou pelo menos participar na decisão da escolha. Mas aqui, como na vida, a democracia prevaleceu; gostes ou não gostes levas com a escolha da maioria, que nem sempre acerta .…. Ou seja o convite foi entregue com sítio marcado.

Rua das Gáveas 69. No bairro.

Quando se entra agrada, embora uma vista de olhos à lista na entrada tenha dado para perceber que um estudante não poderia vir aqui comer hoje sim amanha sim. Com já expliquei uma vez , sou sempre um bocado reticente a pagar demasiado por um jantar.

Casa recuperada com aspecto “clean” mantendo os apontamentos da tradição do espaço, uns belos arcos e os azulejos à antiga. Serviço simpático e discreto. Na ementa a escolha não é limitada, entradas, bacalhaus, peixes frescos e várias carnes. Eu caí para uma cabidela de frango do campo, prato que anda há uns tempos a rondar o subconsciente. Vasta e organizada carta de vinhos que parecem estar no ponto. Pelo menos o Monte da Casa Amarela; e não foi sugestão da casa, foi mesmo às escuras.

Durante o jantar ainda foi possível conseguir uma receita de sericaia que promete. Brevemente posta à prova aqui no blog.

Mais um sítio que vive do presente mas que sabe respeitar o passado.

14 dezembro 2011

Os padeiros fazem pão...o Requinte faz Francesinhas!

Há coisa de 3 semanas, por motivos profissionais, fui até à cidade do Porto. Já não a visitava há bastante tempo (há pelo menos 6 anos), e isso levou-me obviamente a um contentamento a dobrar. Voltava ao Porto, e poderia voltar a comer as genuínas Francesinhas. Depois de uma reunião na C.M.Matosinhos, e já com a barriga a dar horas, foi só dobrar a esquina e ei-lo......o restaurante Requinte em Matosinhos!
Segundo os especialistas, esta francesinha é das melhores da cidade. E ao entrar, confirmava-se que TODA a gente que estava no restaurante tinha esse manjar no prato!
Pois claro, sentei-me e venha ela (a especial) com um Príncipe a acompanhar! E que boa estava. Achei o preço um pouco inflacionado(8€ + 1.30€ da batata) mas para quem vai ao Porto de 6 em 6 anos, valeu a pena, CARAGO!!!!



CAFÉ REQUINTE
R. Godinho 837 - Matosinhos
Telefone: 22 938 14 16

Especialidade: Francesinha especial
Dicas: Convém ir cedo, porque dizem que à noite "há sempre uma fila do crl" :)








Aproveitando a embalagem, e isto porque já estou em Lisboa de novo...e pode dar aquele aperto, dizem que por estas bandas se pode experimentar uma boa francesinha aqui:

A Lagoa Azul

Rua Baden Powell Lote 12 Urbanizaçao Serra de Carnaxide
Amadora - Lisboa - CP: 2720-798

Tel: 214956416 963780659

Mapa aqui

No bairro entre o Continente da Amadora, e o Hospital Amadora-Sintra.

Dica: Não sei, nunca fui, mas quero ir!!


09 dezembro 2011

Arroz de pombo.


Há umas semanas atrás fui convidado por una amigos para ir ao Alentejo passar o fim-de-semana. Os planos eram vários e envolviam um pouco de tudo mas principalmente actividades ao ar livre. Caça pesca e uns passeios. Pelo meio provaram-se umas sopas, visitou-se o castelo e aprendi uma receita simples que vos deixo aqui.

Arroz de pombo.

Pôr o(s) pombo(s)a cozer com uma cebola, um(dois) alho, uma cenoura, um ramo de salsa, sal e pimenta. Depois de cozido desfiar a carne e reservar a água. À parte refogar uma cebola lentamente com alho e louro (eu também pus um bocado de bacon de porco preto). Juntar o arroz ao refogado e deixar “fritar” um ou dois minutos. Finalmente ir acrescentando a água da cozedura aos poucos até o arroz estar cozido, como quem faz um risoto. No fim juntar a carne de pombo desfiada, falsa picada rectificar o sal e já está.

Muito fácil e de resultados garantidos.

20 novembro 2011

Gruta do paraíso.



Ora aqui vai mais uma sugestão.

Foi um tiro no escuro enquanto andava pelas ruas de Alfama a tratar de outros assuntos. Quando a fome apertou, perguntei e foi-me sugerido um outro restaurante ao cimo da rua dos Remédios. Cheguei à porta e não gostei. Tenho aquela versão a preçários em que um simples bife custa dois dígitos. Não posso obviamente dizer que o dito restaurante era mau, longe disso (a vista parecia de cortar a respiração no bom sentido) mas acho que a análise da relação custo benefício é fundamental e temos que a aplicar em permanência. Existem vários campos em que a nossa a capacidade de exigirmos a excelência deixa muito a desejar, basta ver a actual situação do país. No entanto à mesa a coisa muda de figura. Gostamos de comer bem e barato.

E foi com base nesta premissa que virei costas e reiniciei a procura de outra possibilidade. Não demorou absolutamente nada. Apesar de nos encontrarmos numa grande cidade (a nossa maior) e de Alfama ser um ponto cada vez mais turístico (o que normalmente, e por estranho que pareça, reduz os índices de qualidade) bastou dar uns quantos passos para encontrar o desejado local. Chama-se Gruta do paraíso. Preçários de dígito único, ambiente singular (uma parede desconcertante, a dita gruta), simpatia transversal. Em 45m que lá estivemos ficamos a saber a história e as particularidades do estabelecimento pela boca do empregado que por lá anda há mais de 30 anos. O cozinheiro encontrou o equilíbrio perfeito entre a tradição e a evolução. O mestre de sala era mais tímido mas igualmente eficaz.

Fiz uma busca na net e por incrível que pareça encontrei muito poucas referências a este restaurante. E as que havia apenas indicavam a morada e como lá chegar. O que me leva a perguntar, por onde andam os nossos críticos gastronómicos?

GRUTA DO PARAÍSO, na Rua do paraíso 62 Telf. 218868264 969250128.

29 outubro 2011

Surfando na net



Voltando ao tema do post anterior: AS SOPAS.
hehe!

Sopas em Montemor o Novo



Outro encontro gastronómico. Este dedicado exclusivamente às sopas, essa entrada quente cada vez mais esquecida.

Se não gostar das ditas vá na mesma, pode ser que se surpreenda. Mas se não gostar mesmo, mesmo, então vá e aproveite para descobrir qualquer um dos bons restaurantes da zona. Assim de repente sugiro o "Maças" que fica na terra de Lavre a uns quilómetros a norte de Montemor pela N114. Umas bochechas de porco acompanhado com umas batatas fritas à rodelas do melhor que há.

Bom apetite.

Festival Gastronómico de Santarém.

Ainda falta uma semana para o fim do Festival Gastronómico de Santarém.

Quem lá for terá dificuldades em escolher onde comer. 13 é o número do azar, mas também é o número de tascas presentes nesta edição, sendo que cada uma vem de uma região do país diferente.

Assim que amanhã talvez experimente os Açores.

Bom apetite.

25 outubro 2011

"Gorgonzola?!?! Aqui nem fudendo!!"

Este filme fala sobre o poder das panelas, frustrações do coração e as fraquezas do estômago.



03 outubro 2011

Sobre os finos... ou as jolas.

Seja para abafar o calor (neste verão que vai longo), acompanhar uma futebolada, ou uns tremoços, ou uma bifana, ou uma francezinha ou simplesmente para relaxar ao fim de um dia de trabalho não há nada mais propicio que uma cervejinha…

Deixo-vos aqui dois links para que fiquemos a saber mais qualquercoisinha sobre a dita.

Analisada por um nutricionista:

http://lifestyle.publico.pt/bemestar/291860_c-de-cerveja

Dos processos de produção e um pouco da sua história:

http://static.publico.pt/homepage/infografia/sociedade/segredoCerveja/

19 setembro 2011

Às 5h55 tocou o despertador. O despertar é lento, a expectativa do encontro marcado às 6h30 (4.30 em Portugal) provocou sucessivos acordares às 2.12 às 3.40 às 4.15 e finalmente às 5.45.

Chegamos ao barco, liga-se um motor diesel de 80 cavalos com 35 anos. Levantaram-se as amarras e zarpamos sem que o sol ainda tivesse aparecido por trás da ilha.



A lua acompanha-nos ao longo do caminho e no destino descobre-se que dos outros barcos não vêm só acenos simpáticos de turistas.

Redes diferentes no mesmo sítio ao mesmo tempo não dão bons resultados. Depois de se descobrir o prevaricador através de um rádio que emitia normalmente mas recebia com grandes dificuldades tudo se resolve sem pôr em causa o precário equilíbrio da competitividade inerente à actividade piscatória. 5 Km de rede, 1h30 com o olhar fixo na rede amarela puxada lentamente por uma máquina hidráulica.

Depois de acondicionar 5 Kg de lagosta, uns quantos salmonetes, duas raias, chocos, lulas, carapaus e alguns sargos navegamos placidamente sobre as imperceptíveis ondas em direcção ao porto.


Logo à noite haverá uma bela ceia.