16 dezembro 2011

O CIO DA TERRA


O CIO DA TERRA
(Milton Nascimento / Chico Buarque)

Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão e se fartar de pão

Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel, se lambuzar de mel

Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, propícia estação De fecundar o chão.

PÃO: alimento comum, feito à base de farinha, àgua, sal e fermento

Exacto. Iniciei-me numa das mais antigas artes do mundo, que data de há pelo menos 6000 anos!
Depois de algumas leituras pela blogosfera, dedicadas a esta arte milenar, apostei forte e deitei as mãos à massa.
Como o meu objectivo não era fazer uma "coisa qualquer" que se limitasse a juntar farinha, água, sal e fermento industrial (para isso tenho o Pingo Doce), só elaborei o meu 1º pão depois de algum aprofundamento sobre esta questão.

Rápido percebi que o segredo estava na massa. Massa essa que quanto mais "natural" for, melhor. Decidi então, depois de uma visita a este blog, elaborar o meu próprio fermento natural e não optar só pelos tradicionais fermentos industriais ou mesmo biológicos de padeiro (fresco ou seco). Foi então que criei os meus próprios bichinhos, leia-se Saccharomyces Cerevisiae.
Já a célebre citação "até os bichinhos gostam", cai que nem ginjas...e rápido estes de reproduziram quase infinitamente, tal coelhos.
Tinha o meu isco preparado, e faltava-me agora a Massa de Pão.

Tirando ideias daqui e dali, elaborei a minha própria mistura, para fazer a massa de pão (massa nova)

MASSA NOVA:

500g farinha de trigo T65 (para o miolo ficar mais consistente)
300ml de água tépida
1 colher (chá) de Sal
1,5 colher (chá) de fermento biológico seco (utilizei ramazotti)

Incorporei o famoso "isco" e amassei durante 15/20m
Retirei uma bola de massa equivalente a uma Laranja grande, e coloquei à parte dentro de um saco. Esta porção é a minha Massa Velha para o meu próximo pão, e deverá ser conservada no frigorífico, por um período máximo de 1 semana. Também se poderá congelar e dura mais tempo.
Voltando ao pão: Deixei num tabuleiro com um pano por cima, a levedar durante 2h
Voltei a amassar tudo durante 10m numa superfície enfarinhada. A massa deve ser levemente pegajosa ao toque mas ao mesmo tempo elástica. Seguidamente dei-lhe a forma (neste caso foi o famoso pão de cabeça alentejano) e levedou mais 30m, nas mesmas condições, já no tabuleiro do forno, para não sofrer alterações de aspecto ao passar para o tabuleiro)
Coloquei no forno pré-aquecido, a 250º durante os primeiros 10m, e reduzi a 170º durante mais 40 minutos, com uma prata por cima para não queimar.
E "voilá"...o meu primeiro Pão, que até não ficou nada mau, para primeiro!

Para o próximo, irei utilizar a minha massa velha que irei incorporar na massa nova...e dizem que aqui está o segredo do bom pão. Prometo, melhorar com a experiência....;)

Até adquirir os conhecimentos suficientes nesta arte, irei sempre trabalhar com farinha de trigo, que é a mais versátil, para depois passar a outro tipos de farinhas com mais sabor, como a de centeio, milho e por aí fora e poder experimentar as mil e uma misturas que se podem fazer com diferentes tipos de farinhas/sementes e outros ingredientes.







1 comentário:

jamsilva disse...

provado e aprovado!

nao ha que deixar essa massa velha morrer!!